Será que Conhecemos as Pessoas com quem Trabalhamos? Será que a Leitura que Fazemos dos Seus Comportamentos é a Correcta?

Julho 01, 2019

Julho 2019

Acredito que a maioria de nós não conhece as pessoas com quem trabalha há anos, pelas mais variadas razões:

- seja porque o local de trabalho é para trabalhar e não para fazer amizades,

- seja porque se pode criar relações laborais saudáveis sem ter de expor a vida pessoal,

- seja porque as pessoas são introvertidas,

- seja porque as pessoas não gostam de falar sobre os seus problemas, mesmo não sendo introvertidas,

-…

e todas as nossas ações / comportamentos são condicionados, mesmo que de forma inconsciente, por motivações de várias origens, pela fase da vida que cada um estará a passar, pelos problemas que estará a lidar nesse momento.

Certo é que o desconhecimento abre espaço a juízos e interpretações incorretas por parte de quem observa, podendo inclusive ter implicações na avaliação, no reconhecimento por parte das Direções /Chefias das empresas, assim como no desempenho e motivações dos colaboradores.

Importa não esquecer que a maneira como vemos e percecionamos as situações é sempre determinada pelo que somos, o que origina sempre diferentes versões dos acontecimentos, e o mesmo se passa na interpretação que fazemos dos comportamentos das outras pessoas, seja em contexto profissional ou fora dele.

Quem não tem como experiência o recordar de vivências conjuntas, onde as memórias nem sempre são coincidentes entre os participantes dessas mesmas situações? Isto acontece porque cada pessoa tem a sua própria leitura dos acontecimentos, existindo assim diferentes visões sobre a mesma situação, e tudo porque todos nós temos diferentes significados para os mesmos VALORES, e atribuímos diferentes níveis de importância a cada um deles. Não quer isto dizer que umas pessoas estão mais certas que outras quando descrevem um acontecimento, apenas que é importante entender que o modo como vemos a situação decorre do que para nós é importante e do significado que atribuímos a tudo, e que não é necessariamente o mesmo para as outras pessoas.

Assim, quando não se conhece as razões e os motivos que respondem pelas ações das outras pessoas, e se essas ações não forem de encontro aos "nossos valores", o mais certo é fazermos juízos errados, tal como ilustra a imagem que partilho de seguida (cedida por Francisco Jose Martin-Moreno Carnero, num dos seus posts no linkedin) 

Uma pergunta: Quem não se revê na imagem, seja do lado de quem observa seja do lado de quem é observado?

Será assim tão complicado alterar esta realidade?

Porque será que é tão difícil colocarmo-nos na pele do outro?

Os programas da Engage and Grow atuam também sobre este tema, e, desde que haja abertura e vontade dos participantes, criam-se relações laborais mais humanas, mais transparentes, mais compreensivas, de modo a que haja uma maior clarificação sobre determinados comportamentos e que cada pessoa consiga ser respeitada pelo que é, sem ser conotada com interpretações baseadas no desconhecimento da sua realidade.